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Esse jogo pode ser analisado de dois pontos de vista principais: 1. Conceitual/Contextual (relevante para fãs da série Arkham e da DC Comics em geral); 2. Técnico/Objetivo (relevante para jogadores casuais ou interessados em geral, e para os quais o conceito de "Lore" não é tão importante). Começando pelo aspecto técnico/objetivo, o jogo tem a proposta de focar em uma campanha cooperativa 100% online, segmentada por temporadas (estilo Fortnite), e não mais focada em modo Single Player com campanha mais linearizada, como o resto da série Arkham, onde ele está inserido. Seus pontos fracos, na parte técnica, estão justamente na má execução inicial da proposta: jogar online é uma experiência com muitos lags, poluída visualmente, e constantemente interrompida por pausas explicativas, problemas de conexão, e mais cutscenes do que o necessário, quando o assunto é manutenção do ritmo de gameplay. Inclusive, eis uma dica de ouro para o consumo de jogos atuais: se você não trabalha com produção de conteúdo relevante com base nos games, por favor, não gaste mais pela experiência menos refinada possível. Ou seja, NÃO COMPRE JOGOS NO LANÇAMENTO (por mais confiável que pareça o estúdio no qual vc está apostando). Voltando à jogabilidade, por outro lado, o Single Player ainda é uma opção (embora exiga conexão com a internet constantemente), e que curiosamente se sai melhor do que a proposta original do game. Graficamente, os visuais seguem o padrão médio de qualidade atual na indústria (com exceção de alguns bugs recorrentes nessa versão de lançamento), assim como a jogabilidade e a dublagem em PT-BR (cortesia da Warner Bros.). E por fim, pelo exposto, espere algum tempo para dar uma chance ao título. Até lá, patches de atualização já terão refinado mais a experiência técnica do game (e o preço já terá diminuído drasticamente). Agora, do ponto de vista conceitual/contextual (e aqui o caldo engrossa mais um pouco), o único conselho possível é: quanto mais fã você for (dos personagens, franquia e universo) mais longe deve ficar. No tom da experiência atual, os adjetivos capazes de descrever o tratamento que é dado à franquia, aos personagens, ao seu valor sentimental e simbólico, e à memória afetiva dos fãs, são: desrespeitoso, desnecessário, esdrúxulo, e talvez até... repugnante. Isso parece ser feito de maneira consciente pela DC e pela Rocksteady, o que não é coerente e não faz nenhum sentido. O legado da série Arkham para o mundo dos games é lendário, e era de se imaginar que esse novo título respeitaria todo o construído até aqui, elevando toda a experiência a proporções épicas, com a inclusão do Esquadrão Suicida e da Liga da Justiça no mesmo universo dos jogos anteriores. E o que acontece é justamente o inverso. Pessoalmente, não posso recomendar esse título: nem pelo preço, nem pelo aspecto técnico, e nem pelo seu conceito/proposta. Realmente não vale a pena.
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Se você já estava mais antenado (do que eu mesmo até) nos lançamentos e anúncios de Games desde a E3 de 2012, pelo menos, então vc já conhece a história desse jogo e tudo o que ele representou desde o seu anúncio, e depois do seu lançamento. Se por acaso, ou por causa disso, vc deixou de dar uma chance a ele (até hoje, quem sabe), sugiro sinceramente que repense sua escolha. Pois, apesar dos pesares, ainda é um jogo muito divertido, com uma história simples até certo ponto (mas envolvente) e personagens bem interessantes. Lhe desejo uma boa leitura, nesta Review que busca ser o mais abrangente e direta possível. 1. UM POUCO DA HISTÓRIA DO LANÇAMENTO (pra quem estiver mais por fora do contexto) WATCH_DOGS foi desenvolvido pela Ubisoft Montreal e publicado pela Ubisoft, anunciado pela primeira vez na fatídica E3 de 2012, e lançado em Maio de 2014 (cerca de 6 meses antes do programado). Apresentado com gráficos muito além do que já havia sido visto em qualquer coisa na época, se tornou um dos jogos mais aguardados do período 2012-2014, e um tremendo sucesso comercial e crítico da Ubisoft, com a publisher chegando até mesmo a alfinetar a Rockstar, alegando que seu jogo faria frente com o recém chegado GTA 5 (o que claramente não se mostrou uma boa ideia). Em 2014, o jogo é finalmente lançado e a versão final do game apresentava downgrades (isto é, reduções) consideráveis nos seus gráficos, até na versão de PC (a mais poderosa e versátil das plataformas). E isso pareceu uma tentativa da Ubisoft de "nivelar por baixo" os recursos das diferentes versões do game, para que as versões de console não ficassem muito discrepantes dela. Afinal, dois anos após o anúncio do jogo, já havia hardware poderoso e acessível o suficiente para executar o que foi mostrado na E3, embora a otimização de games no lançamento tenha se tornado um problema cada vez maior nas gerações que vieram depois. Lançado para PS4, Xbox One e Wii U, além de PC, PS3 e Xbox 360 (por incrível que pareça), foi um jogo que acertou bastante na acessibilidade das plataformas, mas errou gravemente no aproveitamento do potencial de todas elas, graças a muitos problemas de desempenho constatados inicialmente em todas as versões do game (sendo a melhor delas a de PS4, na época do lançamento, de acordo com as reviews principais). Como se pode ver, há uma série de promessas não cumpridas que permeiam a história desse game. 2. DA CAMPANHA (sem spoilers) Permeada pela temática de segurança digital, a história do game coloca o jogador na pele de Aiden Pearce, na maior parte do tempo. Aiden é um hacker altamente qualificado que descobre uma vulnerabilidade no ctOS. Este é um software de controle urbano, implantado em várias cidades dos EUA por uma empresa de cibersegurança (Blume), incluindo Chicago, que é onde o jogo se passa. O objetivo do sistema é tornar essas cidades mais inteligentes e seguras, porém, ele também pode ser usado para outras coisas (obviamente). Depois de um assalto a banco fracassado, e mercenários são enviados para matar Aiden e seu parceiro, a sobrinha de Aiden morre num acidente de carro causado por um desses mercenários. Aiden tentará descobrir quem foram os mandantes do crime e desvendar outros segredos do submundo de Chicago, usando o controle que tem sobre o ctOS. Uma trama simples de vingança pessoal, como se vê, mas muito crível e com uma densidade que vai aumentando a cada capítulo, além de ser recheada de personagens bem escritos (com destaque para o principal alívio cômico, Jordi Chin, e para T-Bone), e um final satisfatório e coerente. 3. DAS MECÂNICAS DE JOGO É um mundo aberto de estilo sandbox. Possui elementos de stealth, Tiro em Terceira Pessoa e Combate Veicular. Na movimentação, Aiden pode caminhar, correr, nadar, se esconder, passar por obstáculos baixos, escalar obstáculos um pouco mas não tão altos e cair de alturas "seguras", se machucando ou até morrendo se cair mais alto do que cerca de 7 ou 8 metros. Manuseia armas de fogo, derruba inimigos com um golpe de finalização (não há combate corporal), e dirige veículos terrestres e aquáticos. As mecânicas de stealth são refinadas e funcionais, ao contrário da dirigibilidade, que não é tão refinada assim. 4. DA AMBIENTAÇÃO E DO ÁUDIO O game está completamente dublado e legendado em vários idiomas, incluindo Português Brasileiro, e o elenco de vozes é muito bem selecionado. Porém, é importante ressaltar que não há como desvincular o idioma da legenda do idioma da dublagem. Dessa forma, não é possível jogar com a dublagem original e a legenda em Português, por exemplo (pelo menos não na Complete Edition, da Epic Games). Os NPCs da cidade são gerados de maneira procedural pela engine e cada um deles possui um nome e descrição diferentes no Perfilador. Acompanhar um dos NPCs durante várias horas pode ser algo interessante, porque eles se comportam como pessoas do mundo real, na maior parte do tempo. Chicago é uma cidade viva e muito dinâmica. A alternância entre dia e noite obedece um ritmo confortável e os sons dela são muito bons. Sirenes, buzinas, pessoas conversando. Tudo muito detalhado e orgânico. 5. DOS DEFEITOS PRINCIPAIS I. Downgrade gráfico, se comparado aos anúncios iniciais; II. Mecânicas de stealth e dirigibilidade funcionais, mas não muito caprichadas (nesse último caso); III. Trechos iniciais dos diálogos da história não dublados; 6. DAS QUALIDADES PRINCIPAIS I. História simples, mas cativante II. Personagens bem escritos III. Temáticas pertinentes da atualidade no pano de fundo da trama IV. Lore bem desenvolvida V. Jogo divertido, apesar das falhas técnicas VI. Bem melhor otimizado para PCs menos potentes nas versões mais atuais.
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Um jogo com personalidade e potencial, mas tão travado quanto o seu limite nativo de 30FPS. Need for Speed Rivals foi uma aposta interessante da EA no primeiro título após a contratação da Ghost Games para cuidar de sua divisão de jogos de corrida (com o suporte da Criterion, desbancada do posto anterior). Foi também o primeiro game da publisher para os então recém-lançados PS4 e Xbox One. Aqui se pode perceber uma diferença interessantes entre as decisões criativas das desenvolvedoras, e isso por conta da similaridade das propostas dos jogos: NFS Rivals é idêntico a Hot Pursuit de 2010 na proposta. Já na execução, as coisas são bem diferentes. Rivals possui duas campanhas extremamente simples que servem como pano de fundo bem raso para a rivalidade entre corredores e policiais, que neste jogo vivem uma eterna perseguição de bandidos e mocinhos em Redville (cidade ficcional do jogo). A dinâmica toda gira em torno das mecânicas de perseguição e variabilidade de ferramentas e objetivos entre os policiais e os corredores. Completando os objetivos e explorando o mapa, o jogador pode prosseguir de maneira relativamente fácil, conseguindo pontos, equipando tecnologias mais poderosas, e colocando os outros pra fora das pistas com mais facilidade (olá, Burnout). Possui uma estilização própria, boa trilha sonora, bons efeitos gráficos da nova engine (Frostbite 3), e mecânicas interessantes, além de um bom modo online. Seus defeitos, por outro lado, são a já mencionada taxa de quadros travada a 30fps, a necessidade de estar conectado à internet o tempo todo para jogar, além da falta de variabilidade na tunagem e personalização dos carros (saudades da época em que a personalização rendia conteúdo quase suficiente pra um jogo inteiro à parte). Apesar de tudo isso, Rivals é um jogo de corrida divertido, mas que por falta da limitação aplicada em muitas de suas mecânicas, poderia se tornar enjoativo muito rápido, se o online, equipado com o excelente Autolog, não o desse um fôlego a mais (ativo até hoje).
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De um jeito simples e direto: é o melhor jogo de corrida Arcade de todos os tempos. Duvida? É fácil provar: É acessível, ou seja, roda em qualquer PC ou notebook. É rápido, ou seja, a melhor sensação de velocidade em todo o gênero. A trilha sonora é alucinante. A ambientação é única. Os carros são todos originais (e muito bonitos). O level design é muito criativo. A destruição e os sons de metal se retorcendo nas batidas são um espetáculo à parte na sonorização. A proposta é tão simples (sair por aí dirigindo feito um maluco) que o jogo NEM TEM VELOCÍMETRO. A Criterion Games simplesmente criou uma obra prima dos jogos de corrida com a série Burnout, que chega no seu ponto mais alto nesse título (mas há quem discorde, por conta da existência de Burnout 3). Ao que parece, o título também é a despedida definitiva dos fãs, que desde 2008 não vêem um título novo sair na franquia principal (spin off em 2011 e Remaster em 2018 não contam). OBS.: o mais próximo que se chegou de uma sequência de Burnout, de 2008 até aqui, foi o Need for Speed Most Wanted de 2012. Mas isso é assunto pra outra review...
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Batman: Arkham Knight redefiniu o significado da expressão "muito à frente do seu tempo". Na verdade, isso pode ser usado pra descrever todos os jogos da Série Arkham, mas aqui, a fórmula chega no seu ápice. De longe, o aspecto considerado mais "resistente ao tempo" é a qualidade gráfica desse jogo. Usando a Unreal Engine 3, a Rocksteady construiu um título que ganha até de títulos mais modernos nesse aspecto. Como novidades principais no título: o combate está muito mais ágil e com inimigos mais diversificados, bem como as possibilidades de interação com o cenário durante a luta. Os trechos de bom uso do modo detetive são poucos, mas muito bem feitos. A velocidade de locomoção pela cidade planando com a capa foi significativamente aumentada (ao ponto de que Batman pode praticamente voar pelos céus de Gotham). E falando em Gotham, o aumento significativo do mapa até rendeu um pouco de polêmica e o famigerado Batmóvel, tão pedido pelos fãs. Esses dois últimos aspectos foram deixados por último na listagem por serem os mais polêmicos das novidades do título. No caso do mapa, o que aconteceu foi uma divergência entre as informações oficiais e as relatadas por fãs. A Rocksteady afirmou diversas vezes que o mapa era 5x maior do que Arkham City. Porém, um fã fez medições aproximadas dos mapas, utilizando os marcadores customizados do segundo jogo, ou as missões que te obrigam a cruzar todo o mapa no primeiro, e através do Teorema de Pitágoras com as distâncias fornecidas, fez as medições. Resultado: Batman Arkham City possui aprox. 172,8m² de extensão, enquanto que Arkham Knight possui aprox. 5km² de extensão, e isso faz dele quase 30 vezes maior do que Arkham City. Já no caso do Batmóvel, apesar de muito pedido pelos fãs, a sua recepção ficou dividida. E isso porque a desenvolvedora fez questão de usá-lo em muitos momentos chave da história, incluindo duas das mais importantes lutas de chefe, o que não faz muito o estilo do Batman em seus outros jogos, e esse aspecto específico ganha muito mais peso porque esse jogo foi lançado após Batman Arkham Origins (sendo que um de seus principais pontos fortes foi justamente esse: as Boss Fights). A história do jogo é envolvente, baseia-se muito em análise psicológica do próprio Batman e de sua relação com os vilões, ressaltando o uso do medo. O jogo está muito otimizado hoje, ao contrário do estado em que foi lançado, em 2015. Chegou a ser retirado das lojas logo depois e relançado em 2016 por conta dos problemas graves de desempenho. Prova da diferença de otimização é que hoje em dia, até processadores dual core, com boa frequência por núcleo, sem placa de vídeo dedicada e quantidade generosa de RAM (12GB ou mais) conseguem rodar o jogo (e sim, esse é meu caso). Por fim, Batman Arkham Knight é um jogo lindíssimo, muito divertido, e que possui seus problemas, se tratando de cadência e gerenciamento de alguns recursos, mas que ainda assim, possui ambientação impecável e gráficos muito bonitos, e nenhum pouco datados até hoje.
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Recentemente, a tentativa de Riders Republic, pela Ubisoft, em tentar capturar a essência de Downhill Domination, e transmitir para as gerações mais atuais de videogame, é de fato bem intencionada e a existência dessa intenção pode ser comprovada pelos próprios trailers promocionais do jogo. Agora, se ele consegue de fato cumprir esse objetivo, aí já é outra história. A Incognito Software era conhecida, lá em meados de 2000-2003, por seu trabalho na sua franquia mais bem-sucedida comercialmente Twisted Metal, e ela também fez um excelente trabalho nesse título aqui, considerado o melhor jogo de Mountain Bike do PS2 (e um dos pouquíssimos no gênero de Downhill). Este título faz jus aos elogios que recebe, uma vez que, além de ser muito divertido, não possui muitos concorrentes no gênero, pelo menos não nessa plataforma. A jogabilidade de Downhill Domination é simplificada e possui curva de aprendizagem confortável. R2 serve pra pular. Os outros três gatilhos comandam as manobras. X serve para pedalar mais rápido. Quadrado e Bola servem para bater nos rivais à esquerda ou direita, respectivamente, e Triângulo também serve para manobrar no ar. A parte mais frenética fica na velocidade máxima que pode ser atingida pelos pilotos, somada à complexidade e densidade de obstáculos presentes em cada fase. Suas pistas são baseadas em ladeiras (daí o gênero, "Downhill"), demarcadas em cenários baseados em várias paisagens marcantes ao redor do mundo, desde as florestas de inverno russas até áreas mais desérticas na América do Norte e Europa. Downhill Domination é um jogo bonito, divertido, fácil de jogar e desafiador na medida certa. Vale muito a pena. E é compatível com tela dividida em até 4 jogadores. Diversão local garantida. DICA: Para aproveitar o jogo em emulador, na atualidade, sugere-se o uso de OpenGL para performance mais estável e fluída.