Reviews by Gustavo
66 reviews
Joguei primeiro no PC, e agora no PS4. A Space for the Unbound é uma narrativa bem sensível sobre depressão e isolamento, aonde você habita uma cidade e ajuda as pessoas com seus problemas. Ele espelha várias mecânicas nos capítulos da história, geralmente refletindo o personagem foco do capítulo, o que é bem legal. O jogo conta muito sua história por como você joga e explora esse mundo, o que eu aprecio muito. É uma obra narrativa, então para quem não gosta, não é muito recomendado, mas é muito, muito bom.
Um belíssimo exercício de empatia. Coffee Talk é um jogo não só muito bonito e relaxante, como sensível também. As histórias aqui apresentadas são muito verossímeis, dentro de um mundo bastante peculiar e ao mesmo tempo próximo ao nosso. O ato de fazer uma xícara de café ou chá, como aqui temos, é bastante simbólica para demonstrar essa empatia ao próximo, que ali estão a procura de um lugar para espairecer a cabeça. E mesmo aqueles que parecem inteligíveis, ou mesmo soam como alienígenas aos nossos olhos, talvez possam ser entendidos, se você ao menos se oferecer a escutá-los. Jogão, jogão mesmo. Não é recomendado para quem não curte histórias (algo que o próprio jogo reconhece) ou experiências mais lentas, mas vale demais a pena.
Não é um jogo de kart ruim, mas é bem abaixo do que essa franquia já fez. É um jogo feito para quem já conhece e gosta de Sonic, o que não é algo ruim, mas carece de profundidade. O número de personagens é até ok, considerando que você joga com trios, mas a customização é muito ruim. São poucas peças por personagem, pouca liberdade em customização de cores e disposição delas nos karts respectivos. Fora também, que para conseguir essas peças, é um sistema de gacha, você não sabe que peça você vai conseguir, e tem que torcer para vir uma do personagem que você usa. É um jogo também muito cru em modos, praticamente não tem nada além do modo singleplayer offline, o modo online e um modo história bem qualquer coisa, onde você joga missões repetidas ao longo de alguns capítulos e é isso. Não tem muito o que falar sobre o resto, é um jogo bonito, a trilha sonora é boa, e o controle dos karts é muito bom, muito responsivo e prazeroso de jogar, mesmo que as partidas sejam um tanto lentas. É um bom jogo, dá para se divertir por algumas horas, mas não é nada demais.
Jogo extremamente divertido. Shotgun King usa as bases de xadrez para construir em cima das regras do jogo a sua própria fórmula, não sendo necessário saber de prévio como funciona xadrez, até porque é possível ver como cada peça se movimenta durante o jogo. Os power-ups são bem inventivos também, principalmente por você precisar escolher um para você e para as peças brancas, o que te obriga a ter que prestar atenção para conseguir tirar vantagem do que está sendo atribuído as outras peças também. É criativo e diferente, bem bom. Joguinho divertido e que dá pra passar o tempo. Não é um excepcional roguelike, mas é bom.
A Arc System Works é um senhor estúdio de jogos de luta. A direção de arte do jogo é muito boa, tem uns cenários lindos, os modelos dos personagens são ótimos, e mecanicamente é muito divertido. A variedade de personagens é ótima também. O jogo é muito ágil, os combates são fluídos e muito rápidos. A ideia das mecânicas simplificadas é interessante, é uma medida de acessibilidade, mas ela ajuda a dar profundidade para o combate, já que ao invés da dificuldade seja na execução dos comandos (Como é o caso de um Street Fighter por exemplo), a flexibilização dos comandos permitiu uma maior variedade de combos e quantidade de golpes pros personagens. Agora, em relação aos modos, o Arcade poderia ter finais mais recompensadores, e o Modo RPG é massivo demais. A ideia desse modo é boa, mas ele enjoa muito rápido, porque você basicamente faz a mesma coisa por umas 10 horas. Bate em meia dúzia de inimigos - que são praticamente os mesmos com skin diferente - bate no chefe, e repete isso ad infinitum. É um bom jogo de luta, mas acho que faltou um pouco mais de polimento no modo principal do jogo, e ter mais modos além dele, algo que não é exclusivo desse jogo, nem da Arc System, é da estrutura de jogos de luta de hoje, mas vale a pena testar esse jogo para quem é fã de jogos de luta e da franquia Granblue.
Sentimentos mistos. Street Fighter EX é um jogo que parece Street Fighter, joga como Street Fighter, e isso é bom e ruim. É bom porque quem jogou qualquer Street Fighter, e sabe como funciona os comandos, vai saber exatamente o que fazer aqui. A parte ruim é que, o fato dele ser exatamente como os Street de 2D prejudica a cadência do jogo, justamente por não terem adaptado a fórmula de um 2D para o 3D, mas só replicado ela. Os cenários são amplos por não terem paredes, você anda para trás e para frente infinitamente, então são muito espaçados para um gameplay que replica um fighter bidimensional. Os personagens andam muito lentamente, e mesmo com a possiblidade de correr e o pulo, as lutas são extremamente truncadas. Fighters bidimensionais geralmente funcionam em cenários compactos, que não se esticam muito, para evitar justamente esse combate truncado, já que possuem menos frames de animações por serem em pixels, não polígonos. Terem replicado exatamente a forma do jogo ser em 2D, sem aderir as particularidades do tridimensionalismo, prejudicou o jogo. Além disso, a apresentação é meio crua. Os modelos são bacanas, mas os cenários carecem de senso de profundidade, e o resto do jogo não tem muita individualidade. Os personagens novos, apesar de terem alguns interessantes, muitos são clones de clássicos do Street, como o Allen, e a Hokuto. Até o Garuda, que é maneiro, ficou me lembrando o Sodom do Alpha esteticamente, mesmo que jogando diferente dele. Enfim, para quem gosta de Street Fighter, é uma recomendação válida, e acho que é relativamente sólido como jogo de luta, mesmo que com alguns percalços. Não é extraordinário, longe disso, mas é bom.
Uma joia do Playstation. Bloody Roar é um jogo que combina todos os bons elementos de um jogo de luta tridimensional com um twist interessantíssimo de ter personagens zoantropos como jogáveis. A história é pano de fundo. São oito personagens que estão atrás de uma corporação por motivos distintos. Nada além disso. O jogo brilha nas mecânicas, onde além de ser bastante gostoso de jogar, é agil e muito simples de entender. Você tem basicamente dois botões de ataque, e um para transformação, além do triângulo para o uso de Rave, um boost temporário quando transformado. A dinâmica do jogo é inteira nas transformações, que são controladas por uma barra abaixo da barra de vida do personagem. Quando você tá normal, cada dano que você dá ou recebe enche um pouco da barra, e quando transformado, cada dano tomado diminui ela. Quando transformados, os personagens recuperam 3% de HP enquanto não forem atingidos, além do boost de poder e velocidade. É um jogo para lá de divertido. Não só funciona muito bem e tem bons personagens, mas é mecanicamente interessantíssimo e diferente até mesmo pros dias de hoje. Para quem gosta de jogos de luta, é um prato cheio.
Jogado primeiro no PC e agora no PS4. Balatro é fenomental. um dos jogos mais impressionantes dos últimos anos, que usufrui ao máximo de seus sistemas para criar uma experiência extremamente divertida e descontraída. É um jogo bem rápido de aprender, mesmo para quem não tem familiaridade com poker, com uma curva de dificuldade muito boa e com muitas possibilidades de builds. É um baita sistema que tem na simplicidade uma base muito sólida de evolução. Absurdamente excelente.