Nik!
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@Mitsnik

Eu faço review de músicas e jogos e designer gráfica nos tempos vagos. https://twitter.com/mitsnik

Reviews by Nik!

10 reviews
  • Cover of Gungrave: Overdose Gungrave: Overdose
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    PS2
    3 months ago

    A indústria dos jogos já viu inúmeros Dream Teams de respeito, como a equipe lendária por trás de Chrono Trigger, ou o elenco impecável da maioria dos jogos de Hideo Kojima, mas a existência do Dream Team por trás de Gungrave é tão escondida que de fato me deixa confusa um jogo tão bom ter ficado tanto tempo desconhecido pela sociedade. Gungrave (2002) não é um simples jogo, feito por uma simples empresa, sendo desenvolvido pela Red Entertainment e publicado pela gigantesca Sega. Temos uma equipe incrível por trás, exibindo cabeças notáveis como Yasuhiro Nightow (criador de Trigun) e Mahiro Maeda (animador que já trabalhou em grandes adaptações como Blue Submarine No. 6 e Evangelion). Mas afinal, o que é esse jogo? Como esse jogo tem um anime do qual nunca ouvi falar? E por que ele é tão desconhecido? Bom, jogos japoneses naturalmente acabam em uma via de mão dupla, ou são inesquecíveis e comentados por décadas, ou acabam sendo esquecidos no mesmo dia do lançamento, algo que aconteceu com essa franquia. Gungrave OD pode mostrar como jogos esquecidos possuem momentos incríveis. Gungrave OverDose (2004) é uma continuação direta dos acontecimentos do primeiro jogo, do qual irei me abster de spoilers no geral. Contando a história de Grave, um morto renascido com desejo de vingança de uma grande máfia chamada Millennion, que controla toda a cidade futurista de Billion. Por mais que tenha uma proposta simples, vai além disso. Claro que podemos sofrer algumas coisas da época, como jogos mais curtos para se encaixarem no limite do videogame, mas todos os problemas do primeiro jogo, como a dificuldade inexistente, sistemas de câmera lenta ou botões com mais de uma função, foram completamente tratados no segundo jogo. Trazer uma gameplay bonita através de gráficos com Cel Shading, gameplay desafiadora e sem descanso, e uma história mais profunda através de um simples sistema de visual novel e dois novos personagens. Deixando esses momentos de lado durante todo o jogo para que ação sem fim seja colocada na tela, virando quase um Bullet Hell 3D, um Shoot 'Em Up que sinceramente não sei como não queimou o videogame até sair fumaça na época de seu lançamento. É um jogo até relativamente longo para a época. Vale totalmente a pena jogar os jogos de PS2. Com o ritmo certo, podem ser zerados em torno de dois dias e com um apreço realmente muito grande em volta do jogo. Sinceramente, eu não esperava que eu fosse gostar tanto desse jogo. Foi uma surpresa agradável que claramente pessoas que gostam de jogos de ação, ou até mesmo visual novel, podem aproveitar uma experiência bem maluca com personagens incrivelmente bem desenvolvidos para os recursos limitadores da época. Ah, e mais uma coisa, se você está esperando alguma fala do protagonista durante o jogo, sinto muito, ele é mais calado que uma pedra!

  • Cover of Coffee Talk Coffee Talk
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    Win
    3 months ago

    Torrado aroma de café, memórias afundadas em mel, acontecimentos amargos que precisam ser repelidos por algo fora do padrão. Coffee Talk é provavelmente uma das experiências mais únicas que uma pessoa pode ter com um jogo, não porque é inovador ou revolucionário, mas, ao todo, é tão único através de sua humanidade que pouco importa se seu sabor é doce ou amargo, continuará sendo uma xícara de café que deixará sua marca na língua, independente do seu gosto por jogos. Em Coffee Talk, você é um simples barista de uma cafeteria que abre apenas à tarde e noite, com clientes diferentes, indo de simples humanos até pessoas que saíram da água para a superfície. O jogo de maior renome da Toge Productions trouxe o sentido de humanidade de forma que um simples barista saiba de histórias diversas, conhecendo pessoas, conversando com elas, palpitando e ajudando em seus problemas, enquanto faz bebidas para acariciar a alma da pessoa, tudo isso em uma trilha sonora confortável de lo-fi. Tudo parece simples, e de fato é, mas não é por ser simples que a execução não seria prodigiosa em qualidade. A proposta de aproximar o jogador do personagem de forma inerente, em uma atmosfera confortável e com um estilo de arte lindo e cativante de sua atenção, traz personalidades diferentes para cada personagem que é impossível você não se interessar por suas histórias, pondo pontos de reflexão em suas linhas de diálogo que recorrem a serem debatíveis tanto em um mundo de criaturas mágicas quanto na própria vida real. Sinto que até pessoas que passam direto por problemas sociais ou questionamentos filosóficos parariam para pensar, por mais que seja por um único minuto. Sinto que a gameplay e a campanha - por mais que linear - de Coffee Talk facilmente será tão inapagável como uma mancha de café. Seu criador, Mohammad Fahmi, veio a falecer em 2022, e foi uma das mortes mais impactantes para mim nos últimos anos. Eu sei que ele estaria orgulhoso do que sua equipe trouxe após o primeiro jogo da franquia, eu sei que ele estaria feliz em ver como seu projeto de vida ganhou uma forma memorável no cenário indie. Descanse em paz, Fahmi; você foi um ser humano incrível, um game designer incrível. Você serviu uma bebida que nem o melhor dos baristas conseguiria servir.

  • Cover of Resident Evil 3 Resident Evil 3
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    Win
    1 year ago

    This review has spoilers

    Sinceramente, Resident Evil 3 é SIM um bom jogo, sua jogabilidade é semelhante - quase idêntica - ao de Resident Evil 2 Remake -, tem uma boa trilha em sons ambientes, de combate e no geral uma boa sonoplastia, mas é claro que aos fãs de RE3 (1999) pode ser um jogo difícil de se aventurar, aproveitar e apreciar como uma obra ao todo. Suas diferenças com o original são bem árduas de dizer e bem chatas de comparar, muito material foi removido e muitos outros materiais novos foram adicionados sem que agregasse o suficiente para que fosse parte de um remake, manter as circunstancias do jogo original seriam muito mais eficazes em proporcionar uma campanha boa, divertida, bem prolongada - diferente do Remake, que finalizei em torno de 4 horas - do que adicionar novos eventos em troca de eventos antigos. A progressão de aparições do Nemesis é realmente um pouco angustiante, igual a morte de Brad Vickers que foi realmente muito mal aproveitada em sua aparição na delegacia e infectando o policial visto em Resident Evil 2, enquanto muito desse personagem é marcado justamente por sua morte pelo antagonista principal da trama. São coisas que realmente decepcionam, mas não estragam a experiência. RE3 é um bom jogo, de fato, mas um péssimo remake que realmente machuca quem aguardou esse jogo pensando que poderia reviver memorias da infância em um jogo marcante que em sua versão moderna que não agregou nem minimamente como o seu original. Talvez seja bom para jogadores novos, mas uma grande decepção para fãs oldschool da franquia.


  • Odyssey nos transporta para uma Grécia Antiga e um mundo vivo que pode ser um grande colírio para os olhos de seus jogadores, mas é o tipo de obra que possui questões suficientes para que também seja o motivo de sua cegueira. Odyssey é um novo marco para a franquia, uma mudança drástica de jogabilidade que particularmente vejo como necessária, porém bem arriscada. Seu novo estilo de jogo é bom, intrusivo e que segue as raízes de jogos RPG como The Witcher 3 e a franquia Dark Souls, com uma vasta escolha de armas, equipamentos e diversos sistemas interessantes de progressão de nível, como juntar equipamentos e armaduras do mesmo tipo para ganhar bônus ou lutar contra mercenários para conseguir seus equipamentos especiais. Sua jogabilidade é de fato uma coisa sublime em comparação com o restante da obra, conseguindo se encaixar de forma perfeita e extremamente imersiva com a ambientação do jogo, algo que em um produto final, importa muito. Mas, mesmo que sua direção de arte seja impecável e extremamente marcante andar pelo seu enorme mapa e mesclando-se de forma natural com sua gameplay, sua história é o que mais deixa a desejar. A escolha de personagem é algo interessante, poder escolher o gênero do personagem com que podemos jogar foi uma mudança boa, afinal, os personagens que vimos são apenas Avatares, mas, quando toda a escolha de personagem se torna algo novo dentro do jogo especificamente por conta de machismo, é realmente algo bem nocivo. (Se você não sabe, apenas Kassandra seria jogável, mas Alexius foi adicionado justamente pela Ubisoft acreditar fielmente que o jogo não venderia por ter uma protagonista feminina.) A narrativa é fraca, entediante, que definitivamente não vale sua atenção, toda a história principal se passando antes mesmo da Ordem dos Assassinos existir já havia sido um alerta para nós, mas acabou sendo tremendamente pior que o esperado e colocando novamente os antecessores dos templários, que por mais que interessante, consegue ser algo ainda mais chato de apresentar. Se você quer saber como esse jogo tem o nome de Assassin's Creed, é fácil, o jogo foca bastante no que são os Isu (uma peça fundamental de Assassin's Creed... mas que ninguém tem o mínimo de interesse.). Caso você queira algo que tenha mais sentido com a franquia, bom, é bom você desembolsar um bom dinheiro por uma DLC só para ver o nascimento da primeira lâmina. Nem os personagens se salvam desse abismo que a narrativa entra, com nenhum pouco de carisma ou personalidade, sendo o mais notável as figuras históricas presentes. Toda a progressão do jogo é entediante, te forçando a evoluir seu nível diversas vezes com missões secundárias - que por sinal, são ótimas - e um mapa gigantesco que por mais que belo é muito mal explorado com diversas possibilidades não aproveitadas. Possui um final terrível que parece ter sido feito às pressas e colocando uma questão familiar extremamente falha nos maiores holofotes.


  • Assassin's Creed: Rogue é um jogo excelente mas claramente dividido por inúmeras opiniões, justamente por ser um copia e cola de seu jogo antecessor, Assassin's Creed IV: Black Flag, mas isso, não tira seu mérito como uma incrível narrativa. Rogue possui uma das mais envolventes historias de todo o Assassin's Creed, onde controlamos Shay Cormac, um membro da Ordem dos Assassinos que, após seu conhecimento sobre o que é certo e errado ser afetado pela ordem, se torna um templário por acreditar que é o verdadeiro lado certo da história. Colocar um ex membro da Ordem dos Assassinos como um membro dos Templários foi uma das melhores ideias de narrativa de toda a franquia, sendo repleta de acontecimentos marcantes que fazem seus olhos não conseguirem sair da frente da tela. Uma narrativa repleta de conspirações, reviravoltas e questões morais sendo colocadas a prova. Mesmo que sua campanha seja curta comparada ao dos outros jogos, é uma história essencial para os fãs da série. Infelizmente, sua jogabilidade deixa um pouco a desejar, utilizando mais uma vez da mesma fonte de recursos de Assassin's Creed III e agora de Black Flag, reaproveitando o mesmo HUD de seu antecessor e sem nenhuma melhoria importante, além de algumas armas e novas formas de jogo que nem são utilizadas com frequência. Sua jogabilidade é batida e idêntica ao dos jogos anteriores. O ponto mais forte de todo o jogo é sua narrativa e tendo curiosamente um dos melhores protagonistas de toda a saga, é um bom jogo eu seu aspecto geral e que ainda assim vale a pena jogar e aproveitar, mas não vá com as expectativas de um jogo inteiro novo, é só mais uma obra pra vender de ano em ano como a Ubisoft sempre fez.


  • Assassin's Creed: Unity foi um dos jogos mais prometedores da franquia, mas acaba sendo um grande erro em sua execução. Revolução Francesa é um dos melhores momentos para criar uma narrativa: revoltas, ríspidos sons de guilhotina e um povo que muda o seu próprio futuro. Unity trata isso de uma forma incrível, toda a direção artística e sua ambientação mundana é precisa e linda, um mundo ativamente vivo que luta pela mudança e é visível, tanto nas missões secundárias que nos aprofundamos mais ainda em toda a revolução e seus acontecimentos como em peças importantes para que a sociedade fizesse suas próprias escolhas. Mas, é uma pena que as partes mais importantes e boas de todo o jogo sejam o adicional da obra. Mesmo que seu mundo seja lindo, sua narrativa é uma das piores já feitas na franquia, uma tentativa falha de trazer um protagonista sem sal com as raízes de Ezio Auditore em uma história ruim e extremamente problemática. Arno é um jovem que segue os alinhamentos de uma pessoa imprudente, que age com descuido e no fim se torna um grande assassino. A forma com que esse desenvolvimento de personagem é feito praticamente de maneira idêntica ao de Ezio, protagonista de outros jogos da franquia, mas trazendo um lado não explorado que divide a razão e ética com o dever, sendo uma das melhores coisas sobre o personagem principal, mas não o salvando de toda a narrativa posta. Muitas das vezes é previsível os acontecimentos seguintes e se torna nenhum pouco intrigante as reviravoltas da trama, sem contar o fato de colocar os Templários (os principais antagonistas do jogo) como revolucionários, utilizando de peças essenciais da revolução como membros de uma organização com o intuito de usar o controle mundial para alcançar a paz. Pensando dessa maneira, não passa de um jogo que coloca um nobre como protagonista e indica os revolucionários como antagonistas principais da trama. Não era mais fácil por uma placa na própria cabeça e dizer "Sou a favor da aristrocracia"? Além da narrativa, que é bem mista sobre pontos bons e negativos, Unity traz um lado misto também para a sua jogabilidade. Assassin's Creed sempre foi uma franquia com foco no stealth, e isso, Unity faz melhor que qualquer outro título da franquia, sendo um dos melhores — se não o melhor — stealth's de toda a franquia, com um sistema até mesmo prazeroso de se explorar, fazendo até o maior fã de brigas diretas optar pelo stealth do jogo. Mas como nada é perfeito, é possível acreditar que esses fãs de brigas diretas prefiram o stealth não só pelo fato de ser bom, mas também pelo fato de todo o sistema de batalha ser péssimo e desastroso, sendo lento com cada batalha demorando muito mais do que uma batalha deveria durar e com uma mobilidade extremamente lerda que faz todo o sistema ser entediante de se jogar ou apenas olhar. Unity prometeu tudo e não entregou um terço do que se era esperado, um desastre que, sinceramente, não recomendo a experiência.

  • Cover of Assassin's Creed II Assassin's Creed II
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    One
    1 year ago

    Assassin's Creed II é um jogo revolucionário. Um dos maiores saltos de qualidade que já tivemos na indústria dos jogos. O jogo que trouxe a música tema presente em todos os lançamentos da franquia após seu lançamento. Assassin's Creed II nos transporta para a Itália durante o período do Renascentismo Italiano, onde controlamos um nobre chamado Ezio Auditore que tem sua vida transformada após uma grande conspiração com sua família, que lhe da o dever familiar de se tornar um assassino. O segundo jogo da franquia traz uma Itália linda e magnífica, uma direção de arte única que trouxe todo o esplendor da cidade de Florença. Mesmo que a jornada se passe em mais de um mapa — e todos eles sendo mapas incríveis e tão bonitos quanto o mapa de Florença — toda a construção de narrativa a partir de Florença é perfeita, iniciando uma jornada sobre disciplina e vingança que coloca o jogador entre diversos eventos históricos como a conspiração dos Pazzi e figuras históricas icônicas e de extrema importância como Leonardo Da Vinci e Rodrigo Bórgia (O Papa). A forma que cada evento é realizado e como cada personagem tem sua importância narrativa dentro do universo é única e com nada igual feito de forma tão boa quanto. A jogabilidade possuiu um salto considerável desde o primeiro jogo, mesmo que haja os clássicos problemas de parkour — como o personagem pular para o lado errado — mas tendo uma melhoria crucial para a obra. Um combate desafiador com diversos tipos de arma e com inimigos com suas próprias formas de ataque e defesa. Ver toda a evolução da história e principalmente de Ezio como uma pessoa que falta seriedade nos atos e age de forma muitas vezes imprudente perante situações, como brigas, ser moldado pela perda de vários membros familiares e seguir os passos da família para se tornar um verdadeiro membro da Ordem dos Assassinos é fantástica e que mescla com perfeição sua história, trilha sonora, direção de arte e jogabilidade. Assassin's Creed II é uma das melhores narrativas que já pudemos ver dentro de um jogo e que trouxe o despertar de uma grande franquia. Uma verdadeira arte.


  • Black Flag é disparado um dos melhores títulos de toda a franquia Assassin's Creed. Você vive a pele de um pirata que entrou no ramo com as esperanças de uma boa vida através das conquistas de um corsário, mas que acaba entrando em uma grande e inevitável jornada iniciada pela ganância, após ter matado e conseguido informações sobre uma recompensa que seria dada a um membro da Ordem dos Assassinos. A narrativa te prende do começo ao fim, criando momentos que fazem sua curiosidade atingir o seu máximo, e isso, inicialmente pela notável ideia de colocar como um protagonista um personagem com nenhum envolvimento com a Ordem dos Assassinos e precisar desempenhar o papel de um durante toda a narrativa, vendo sua evolução gananciosa até se tornar de fato um membro dos assassinos. É uma história longa com boas horas de jogo que fazem você se sentir imerso nas águas profundas do oceano e sentir a brisa salgada de um navio pirata, repercutindo eventos notáveis de nosso mundo comum dentro de uma história fictícia com um forte gosto de verdade, como é feito em todas as obras de Assassin's Creed e atingindo uma precisão histórica surpreendente, fazendo a divisão moral e evolução de uma sociedade diferente da atual, o jogo é uma obra de arte que além de fazer você se sentir completamente entregue ao que a narrativa lhe da, te faz pensar valores éticos e morais importantes. Toda a jogabilidade de Black Flag se assemelha a de Assassin's Creed 3, melhorando em certos aspectos e criando novas mecânicas para se adaptar com a Era Dourada da Pirataria, sendo uma jogabilidade bem atrativa, complexa no começo mas que com pouco aprendizado se torna bem agradável a todo tipo de pessoa por sua certa simplicidade. Além disso, não é um jogo que se torna repetitivo, exatamente por existir diversas coisas para se fazer, como as grandes batalhas navais que são o foco do jogo e são feitas com perfeição, o sistema de caça de animais marítimos como tubarões para a confecção de melhorias para o personagem, e até mesmo o mergulho através do desconhecido sino de mergulho utilizado durante a narrativa. Assassin's Creed IV: Black Flag é um dos MELHORES jogos de pirata já feitos até os dias de hoje.

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